Juliana Jabour – Inverno 2012

Inspirado no filme Viagem a Darjeeling, de fotografia amarelada, o desfile começou com um look monocromático amarelo-açafrão com a exceção das luvas pretas que foram muito bem-vindas no styling. A silhueta e as formas variavam de referências dos anos 20 às dos anos 60. Ora, o tubinho retilíneo de cintura rebaixada e movimento na barra aparecia com bordados que o enriqueciam, ora a silhueta trapézio estruturada marcava presença.



A tendência étnica que permeia no mundo inteiro apareceu nos tricôs com jacquard inspirados na cidade de Darjeeling e outras referências aos tecidos e padronagens do mobiliário indiano foram tomando conta da coleção, aos poucos. O volume no pescoço, mangas bufantes, golas bonecas, laços e babados davam a mistura exata entre o romântico e o étnico, numa tentativa inédita de criar um “rústico delicado”, que define categoricamente a cultura de Darjeeling.

A cartela de cores, além de amarelo, ganhou tons escuros e queimados de rosa e azul. A estampa corrida de cavalinhos, que regeu boa parte da criação, aparecia em duas versões: uma de fundo marrom-claro-amarelado e outra de fundo azul marinho e, além de estar presente até no convite do desfile e em muitas das roupas, adornavam alguns dos sapatos que, com um lenço estampado, ganhavam movimento e volume e valorizavam o look.

Para terminar, em um dos vestidos pretos apareciam bordadas em dourado as palavras “chic”e “naive”. Ingênuo-chic. E assim a estilista resume não só a peça, nem a coleção, mas a base de todo seu trabalho: a marca Juliana Jabour tem uma linguagem sofisticada mas com ares de menina. Ingenuidade de boneca e elegância de gente grande.

Fotos: Silvia Boriello